O palestrante Anderson Messias da Silva, Policial Federal, alerta que entregar um celular a um filho é como trancar a porta, mas deixar a janela aberta para predadores [00:10]. Ele ilustra a ameaça com um cenário comum de chantagem digital [01:40]: após um predador conseguir uma imagem da criança (muitas vezes disfarçado de amigo oferecendo um prêmio raro [00:57]), a vítima é chantageada e, na maioria das vezes, sofre sozinha, incapaz de pedir ajuda [02:38]. Messias revela que apenas três em cada dez crianças procuram os pais, enquanto as outras sete permanecem no ciclo de chantagem [02:55]. O predador atual não precisa de contato físico, apenas da conexão de internet [03:50]. O maior escudo contra esses ataques não é técnico (como atualizar o sistema ou usar senhas fortes), mas sim o diálogo [05:31], pois todo caso de abuso online tem um fator em comum: a incapacidade do filho de confiar nos pais [06:05].

Para proteger os filhos, o palestrante sugere a aplicação dos "Quatro As da proteção". O primeiro é a Atenção aos sinais de comportamento (como limpar o histórico) [06:22]. Em seguida, o Acordo, que consiste em definir regras e horários em conjunto, evitando uma postura de ditadura [06:46]. O terceiro e mais vital é o Amparo: ensinar a criança a pedir socorro, reforçando que "vergonha não é pedir socorro, vergonha é ficar calado" [08:13]. Por fim, a Atualização, que incentiva o uso de aplicativos de controle parental [07:38]. A proteção, ele conclui, começa antes mesmo de ligar o aparelho, e reside no vínculo, construído não com presentes caros, mas com diálogo [08:49]. Ele aconselha os pais a voltarem para casa e estimularem a conversa com perguntas simples, como o que foi mais legal ou "o que você viu de mais estranho na internet essa semana?", pois o diálogo é a luz que afasta a escuridão usada pelo predador [09:13].