A vida é uma viagem | Iara Xavier
A palestrante Iara Xavier, que há 15 anos vive na estrada com seu marido, inicia sua fala sobre a decisão de largar tudo para viajar o mundo, não apenas para ver paisagens, mas com o propósito de buscar e compartilhar bons exemplos de pessoas que se dedicam a mudar o mundo [00:25]. Ela ressalta que "palavra inspira, exemplo arrasta" [01:41], por isso seu projeto, inicialmente chamado "A vida é uma viagem", evoluiu para "Caçadores de Bons Exemplos", que já percorreu mais de 1 milhão de quilômetros, conhecendo mais de 6.680 projetos [01:05]. Iara narra experiências cruciais, como a primeira, em Minas Gerais, onde um senhor pobre trocou milho verde por cesta básica, ensinando que as pessoas precisam de dignidade, e não apenas de comida [04:44]. Ela também compartilha os desafios da jornada, como o voo turbulento para Erechim, onde a opção de desistir surgiu, mas foi rejeitada para honrar os voluntários e a importância de compartilhar ideias [06:04], sublinhando a diferença entre ser turista (que deixa lixos) e peregrino (que usa as vivências para evoluir e compartilhar) [07:53].
A jornada do casal revela a existência de heróis invisíveis e projetos grandiosos, tanto pequenos quanto grandes, que inspiram e transformam, como a Tia Lolô, que usou um ônibus abandonado para o contraturno escolar, e o método APAC, que ressocializa 86% da população carcerária [09:46]. Ela destaca também exemplos de inovação social, como a moeda social do Ceará, que empodera a comunidade ao circular apenas internamente [10:54], e o projeto Monte Azul, criado por uma educadora que entendeu que tinha "educação para dar", não apenas dinheiro [12:12]. Iara reflete sobre a dificuldade de "fazer o bem" [12:51] e a importância do ser sobre o ter, citando a resposta de uma criança na Amazônia que, ao ser perguntada sobre o que queria ser quando crescesse, disse: "Mulher" [13:46]. A viagem, que parecia terminar no Chuí com a placa "Aqui começa o Brasil" [14:58], ensina que a evolução humana está no movimento e nas curvas da estrada, e que "a chegada é só o começo" [15:36]. O discurso encerra com a compreensão de que gratidão é um sentimento profundo, pois "dizer muito obrigada é muito pouco" [16:50].
